quinta-feira, 30 de abril de 2009

Uma grande amizade na vida de um Malandro


Como ter palavras depois de receber um depoimento desses? Agradeço a Deus por um dia ter colocado esta especial amiga-irmã no meu caminho, e a meus Guias que nos protegem sempre.

Obrigado pelas linda palavras, minha amada irmãzinha.

Quero tornar pública a mensagem que ela me enviou:
Marcinho, meu amigo-irmão, meu bom malandro

Nada poderia ser mais a sua cara do que esse blog. E sabe como é a sua cara? É limpa. Transparente. Sem farsas. O "bom malandro" que nos diverte, nos faz rir, nos diz que a vida pode ser simples, alegre e descomplicada. E mais: que nessas simplicidades reside a essência de todas as 'cousas'. Há mais de dez anos, convivemos, trocamos histórias, confidências, nos ajudamos e nos aturamos. É incrível como, com esse seu jeito descomplicado e generoso de ser, você consegue me convencer, passando por cima de todos os filósofos que li, de todos os terapeutas que frequentei, de todos os (pseudo)intelectuais com quem convivi e convivo, que a vida vale a pena e que o mundo precisa mesmo é de amizade e afetos verdadeiros. Pobres daqueles que não conhecem isso.

Danem-se os literatas, os "winners", os escravos de clichês e das falsas aparências. A nudez da verdade é a chave do mundo. E nisso você é bom, muito bom. É PhD. A sinceridade é tudo. E nisso você é melhor ainda. Amigo leal, fiel, despojado, sempre disposto a estender a mão. Tão despojado e tão sem máscaras que chega a espantar aqueles que foram tragados por este mundo egocêntrico, onde as pessoas, por alguma pobreza de visão ou insegurança, só olham ao redor de si mesmas. Marcinho, você é uma "avis rara". Uma espécie em extinção. Eu diria que a sensibilidade é escassa em quem não é capaz de entender a importância da transparência num ser humano.
Este texto não tem a intenção de "encher sua bola". Até porque você não precisa disso. Apenas me deu vontade de lhe deixar este testemunho, como uma forma de reconhecimento a tudo o que fez por mim, desinteressadamente, de peito aberto. Eu, que achava ter aprendido tudo, nos livros e na vida, fui aprender com você como é bom viver sem máscaras! Você é grande, malandro! Muito mais do que pode imaginar. Ainda bem que teve a feliz ideia de criar um blog, tornando público o seu límpido ollhar (de azul de mar) sobre a vida e seus detalhes.

Verdade é, porém, que tem aquele seu outro lado "às vezes, eu viro bicho", do tipo: "Quando pisam nos calos do Malandro, sai de baixo!". Mas como, graças a Deus, ainda não fui alvo dessa faceta (e nem pretendo ser), não abordarei o tema aqui. Só posso dizer que quando o Malandro "vira bicho" é sempre por causa justa.


Que o "Diário de Um Malandro" continue bombando e seja lido por muitos!


Obrigada por tudo, meu irmãozinho. Fique com a minha amizade eterna.


Marcia



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OBS.: Mensagem e foto publicada com consentimento prévio da autora. Foto tirada em 2001

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Quem teve um Fusca jamais esquece

Meu primeiro carro, assim como o de 90% dos indivíduos de minha geração, foi um Fusca - se é que se pode se chamar "aquilo" de carro. Não por ser um Fusca, mas pelo estado em que ele me foi entregue. Não importava, eu gostava do bicho. Companheirão de guerras e aventuras.

Lembro-me bem do dia em que trafegava com ele pela Barra da Tijuca, na companhia de T., e um motorista emparelhou a meu lado, sinalizando que havia algo errado. Ao parar, verifiquei que minha bateria - isso mesmo, a bateria - estava arrastando no chão, segura apenas pelos cabos. Também, pudera. O fundo estava tão apodrecido que a gravidade lançou-a ao chão. Faltavam ainda freios e outras partes assoalho. Mas como eu gostava do meu Fusquinha, mesmo depauperado. Tanto que resolvi transformar "aquilo" em um carro de verdade. Lanternagens, pinturas, mudanças de cor - realmente sua cor original não era das mais excitantes: aquele verde cocô de recém-nascido, manja? - e, finalmente o coração, a máquina que lhe daria forças.

O "fusquinha feio" se transformou então em um fusca lindo, charmoso e assustadoramente rápido, graças à ajuda dos amigos daqui do bairro, verdadeiros aficcionados por carros velozes. Não posso me esquecer da cara que fez um certo conhecido meu, do alto de seu Gol 1.8 GTS zero, recém-comprado, na época, quando se viu ultrapassado por um velho e inocente Fusquinha 1972. Só faltou espumar.

Um Fusca é um Fusca. Sempre será. Só pode entender sua importância quem já teve um. Seu destino era ser grande cúmplice das inúmeras histórias e aventuras da nossa juventude. Testemunha de juras de amor, esfregas e amassos nos Drive-in's da vida. Companheiro destemido de todas as viagens, a se embrenhar, sem cerimônia, por qualquer estrada esburacada ou enlamaçada, sempre se garantindo no final. Apertava cinco, seis, sete e quantos mais coubessem (com ou sem Rexona). E carregava todo mundo, espremido, porém feliz. Dentro dele ficaram as gargalhadas, a adrenalina, o suor e muitos segredos inconfessáveis. Ah, se meu Fusca falasse...




Ah, se meu Fusca falasse... no Yahoo! Vídeo


terça-feira, 28 de abril de 2009

Childhood's End?

Essa música me leva de volta aos 18 anos, fim da infância, adolescênca. Daí em diante, só pauleira. Vida: minha melhor professora.

Childhood's ends?

(Marillion)

And it was morning
And I found myself mourning,
For a childhood that I thought had disappeared
I looked out the window
And I saw a magpie in the rainbow, the rain had gone
I'm not alone, I turned to the mirror
I saw you, the child, that once loved
The child before they broke his heart
Our heart, the heart that I believed was lost

Hey you, surprised? More than surprised
To find the answers to the questions
Were always in your own eyes

Do you realise that you give it on back to her?
But that would only be retraced in all the problems that you everknew
So untrue
For she's got to carry on with her life
And you've got to carry on with yours

So I see it's me, I can do anything
And I'm still the child
'Cos the only thing misplaced was direction
And I found direction
There is no childhood's end
You are my childhood friend, lead me on

Hey you, you've survived. Now you've arrived
To be reborn in the shadow of the magpie

Now you realise, that you've got to get out of here
You've found the leading light of destiny, burning in the ashesof your memory
You want to change the world
You'd resigned yourself to die a broken rebel
But that was looking backward
Now you've found the light

You, the child that once loved
The child before they broke his heart
Our heart, the heart that I believed was lost

So it's me I see, I can do anything.
I'm still the child
'Cos the only thing misplaced was direction
And I found direction
There is no childhood's end
I am your childhood friend, lead me on

segunda-feira, 27 de abril de 2009

O amor pela culinária

Desde os meus 9 anos de idade, habito a cozinha de minha mãe. Orientado por minha 'mãe preta', fui aprendendo o básico e, com o dom que Deus me deu, aprimorando-me na arte culinária, com o passar dos anos.

Cozinhar não é apenas transformar carnes, massas, legumes ou frutos a serviço da alimentação. Para mim, cozinhar é um gesto de amor. Um gesto de amor irradiado pelas mãos. Uma alquimia. Aos temperos adicionamos nossa energia e sentimentos, que, se forem bons e iluminados, resultam em um prato deliciosamente impecável. Da mesma forma, se essas energias estão descompassadas, são grandes as chances de uma degustação frustrada.

Pretendo, de vez em quando, publicar aqui algumas de minhas "alquimias culinárias". Espero que façam bom proveito. Segue a primeira.


(by Chef Malandro)


Muqueca de Camarões:

Ingredientes:

2 kg de camarões medios limpos
1 chicara de azeite de dende
2 cebolas medias
2 pimentoes

2 tomates sem sementes
4 dentes de alho amassados
1 vidro de leite de coco
cheiro verde a gosto
sal a gosto

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Mãos à obra:

Usando, de preferência uma panela de barro, colocaremos o azeite, o alho, as cebolas, os tomates e pimentões para dourar. Uma vez pronto o refogado, adicionamos o sal e os camarões. O tempo de cozimento do camarão é bem curto. Tão logoe cozidos, acrescentamos o leite de coco e deixamos ferver por 2 minutos. Voilà! Está pronto. Basta servir com arroz branco e farofa.

PS: Querendo mais caldo, basta colocar leite de vaca e, havendo a necessidade de engrossar, um pouco de leite com amido de milho.

sábado, 25 de abril de 2009

A minha primeira vez


Sempre me achei, de certa forma, um cara diferenciado, desde a adolescência. Por exemplo: enquanto meus amigos se entregavam às orgias da rua Alice - local onde funcionavam conhecidos prostíbulos, na década de 80 -, eu me esquivava desse tipo de jornada sexual, pois tinha, por princípio irrevogável, nunca comprar uma mulher. A consequência era ter de aturar historinhas de bravatas sexuais (algumas, com muitos pontos aumentados) no play do prédio e, com sorriso um amarelo, me fazer de não virgem e de 'falso malandro'.

Nessa época, estudava no Colégio Marista do Rio de Janeiro. Acreditem e pasmem, cheguei ao cúmulo de até pensar em ser padre. Frequentava retiros e seminários maristas, talvez em busca de alguma verdade que não existia. Confesso, ainda, que nunca fui muito chegado aos estudos. Não pelo estudo em si, mas pela imposição da coisa. Por isso, em um dos anos repeti, deparei-me com o primeiro amor de minha vida. Estava escrito.


Lembro-me até hoje do primeiro dia de aula, quando entrei na sala e... lá estava ela. De cara, percebi o interesse mútuo. T. era linda, loira, olhos azuis, um corpo invejável, mas carregava uma fama péssima, o que dificultava a minha aproximação. Durante um ano inteiro, fui alvo das chacotas de meus amigos.
Eu e T. nos tornamos amigos de classe. E essa amizade evoluiu tanto que, quando eu mudava de lugar na sala, no dia seguinte lá estava ela atrás de mim. E eu adorava duplamente, pois, sendo T. uma ótima aluna, houve dias em que até prova minha ela fez. Foi um ano de flerte e carinhos furtivos. Mas não passava daí. Até que, no final do ano, marcamos um trabalho em grupo em minha casa. Só que, do grupo, éramos, eu e ela, os únicos presentes ali. Eis que, trabalhos à parte, no momento em que apreciávamos a paisagem de minha janela, fui literalmente prensado pela bela, com a decisiva indagação: "Por que você foge tanto de mim?" E ali nasceu o nosso primeiro beijo, o meu primeiro amor e a minha primeira mulher.

Foram quase 5 anos de amor intenso e ardente. Se fosse contar minúcias, teria que escrever um livro. Mas o que importa é o epílogo: devo tudo o que aprendi como homem a essa incrível e inesquecível mulher.

A própria vida foi tratando de nos separar. Faculdade, novos amigos, novos interesses e... a sua gravidez não planejada. Em 1999, voltaria a encontrar T. em um grupo de estudos. Não teve jeito. Rolou uns beijos e depois outros, e depois mais. Porém, acabamos nos perdendo pelo mundo, mais uma vez. Também estava escrito.

Guardo, com carinho, fotos, momentos e lembranças de uma época que, como água que desce rio a baixo, não volta mais. Um rio nunca passa duas vezes no mesmo lugar. É bom não nos esquecermos disto e vivermos, com toda a intensidade, cada bom momento, como se fosse o primeiro e o último.
Continuação nos próximos capítulos. Aguardem.

Lista de Preferências

Navegando pela madrugada achei este texto. É a minha cara

Alegrias, as desmedidas.
Dores, as não curtidas.
Casos, os inconcebíveis.
Conselhos, os inexeqüíveis.
Meninas, as veras.
Mulheres, insinceras.
Orgasmos, os múltiplos.
Ódios, os mútuos.
Domicílios, os passageiros.
Adeuses, os bem ligeiros.
Artes, as não rentáveis.
Professores, os enterráveis.
Prazeres, os transparentes.
Projetos, os contingentes.
Inimigos, os delicados.
Amigos, os estouvados.
Cores, o rubro e o negro.
Meses, Julho.
Elementos, os fogos.
Divindades, o logos.
Vidas, as espontâneas.
Mortes, as instantâneas.

(autor desconhecido)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Amor pra recomeçar


Sem dúvida, ele é um dos meus poetas prediletos.

Amor pra recomeçar
Frejat
Composição: Frejat/Mauricio Barros/Mauro Sta. Cecília

Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...

E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Prá você não deixar
De duvidar...

Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não o ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Eu desejo!
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...

Desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar...

Eu desejo!
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor
Prá recomeçar
Prá recomeçar
Prá recomeçar...

Voltando no tempo

O que acontecia na minha vida há 10 anos atrás? Eu pensava que sabia tudo e não sabia nada. Há 10 anos atrás, acho que realmente coompreendi o Malandro que morava em mim. A internet estava começando. Quando descobri esse canal poderoso de comunicação, caí de boca. Principalmente porque já tinha tomado um monte de tocos da vida real. E me aventurei pelo mundo virtual (que até hoje continua a fazer parte da minha vida). Adivinhem o nick? Claro. Não podia ser outro. Incorporei o "Malandro" com todas as forças. E ali fui Malandro, muito Malandro. Encontrei Joanas, Marias e Terezas, na pele de "Lobas", "Leoas", "Fadas Madrinhas", "Mulheres Carentes", "Corações Solitários" e tantos outros nicks que espelhassem aquilo que elas eram ou gostariam de ser.

Fui de tudo ali. De bom moço a cafajeste. Feri e fui ferido. Lanhei e fui lanhado. Uma época de encontros felizes e infelizes. Mas não me arrependo de nenhum desses encontros, nem de nada que fiz. Afinal, eu estava só procurando. Verdade que continuo procurando até hoje, mas agora de uma forma diferente e bem mais light.

Quando a gente está em busca de alguma coisa, é natural fazer uma merda aqui e outra ali, até acertar. Se errei, se minhas malandragens foram além dos limites, foi porque a vontade de encontrar alguém que me completasse era grande, maior do que eu. A internet foi um aprendizado e muito me ajudou na vida real. Se me deu algumas dores de cabeça, também me trouxe a bênção de fazer grandes amigos, que hoje habitam a minha vida real e alegram minha vida.

Quanto às procuras, continuarei na trilha. Malandro que é bom não desiste. Continuarei a buscar aquela que pode fazer deste Malandro o mais dedicado dos parceiros. Se não der certo, pelo menos terei tentado e aprendido a cada dia.

E por enquanto é só... Depois tem mais.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Malandragens




Salve Jorge!

Talvez não seja por acaso que este blog tenha início na data de hoje. Que ele nos proteja!
A vontade de conversar comigo mesmo me fez criar este espaço. Sou um malandro. Um bom malandro, creio. E, como todo bom malandro, acho que tenho coração grande e a liberdade como rumo. O problema é ocupar todo o espaço deste coração e saber o que fazer com a liberdade.
Vou falar de tudo. De amores, cores, sabores (sou bom cozinheiro), dissabores, dos meus caminhos errantes e da minha vontade de acertar.
Por enquanto é só o começo. Aguardem. Emoções fortes nos próximos capítulos.